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O processo de independência do Brasil não aconteceu da noite para o dia. Foi sim um processo demorado, que se analisar-mos com cautela notaremos que a própria coroa portuguesa criou situações que propiciava o rompimento do pacto colonial entre Portugal e Brasil.
Com a transferência da corte portuguesa para o Brasil, profundas transformações ocorreram a colônia brasileira através de inúmeras medidas tomadas pelo príncipe regente. Um exemplo foi a carta régia de 28 de janeiro de 1808, que ao permitir, pela primeira vez, o contato direto dos portos brasileiros com o exterior sem a necessária intermediação portuguesa, rompe, de fato, o pacto colonial. Essa medida foi um dos primeiros sinais de independência, na qual, pode-se chamar, do ponto de vista econômico, como um primeiro “grito de independência”. Com isso, os grandes produtores agrícolas e comerciantes aumentaram os seus negócios, vivendo em um período de prosperidade material que nuca houve em toda a história colonial brasileira.
Mas não foi só do ponto de vista econômico que as idéias de independência surgiram. Com a vinda de D. João VI, houve também uma reforma que promoveu o embelezamento do Rio de Janeiro, deixando de ser uma simples região de exploração e tornando-se Reino unido de Portugal e Algarves. Esse acontecimento despertou insatisfação dos portugueses que foram deixados nas mãos da administração de Lorde Protetor do exército inglês.
Todas essas medidas alimentaram um movimento de mudanças por parte dos portugueses, que se viam abandonados por sua antiga autoridade política. Com isso, no ano de 1820, ocorreu a chamada revolução do Porto, que foi um movimento liberal que exigia o retorno da família real a Portugal. Como consequência, D. João VI retornou a Portugal no ano de 1821, deixando seu filho, como príncipe regente do Brasil.
Nesse processo houve o rombo no cofre brasileiro, deixando a nação em péssimas condições financeiras. Dom Pedro I tomou medidas em favor da população brasileira, uma das primeiras foi baixar os impostos e igualou as autoridades militares nacionais com as de Portugal. Descontente com o príncipe regente, as Cortes portuguesas exigiram seu retorno para Portugal entregando o controle do Brasil. Com essa atitude portuguesa, grandes fazendeiros e comerciantes passaram a defender a nomeação política de Dom Pedro I como líder da independência brasileira. Com isso, os que defendiam a independência organizaram um grande abaixo assinado a favor da permanência de Dom Pedro no Brasil.
Em 9 de janeiro de 1822, Dom Pedro reafirmou sua permanência no conhecido Dia do Fico quando disse: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico", tornando público o seu posicionamento político.
No mês de setembro de 1822, a assembléia de Portugal enviou uma carta para o Brasil exigindo o retorno do príncipe, mas dessa vez com a ameaça de invasão militar caso as ordens não fossem obedecidas. Então, foi no dia 7 de setembro de 1822 que Dom Pedro I, ao tomar conhecimento da situação, declarou a independência do Brasil às margens do rio Ipiranga.
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